A chegada do bebê na vida de um casal implica, muitas vezes, em mudanças radicais e inesperadas, além de levar a família a encarar uma tripla jornada. Junto dos afazeres domésticos e a vida profissional, os pais, a partir do nascimento do filho, terão todos os cuidados e responsabilidades que envolvem a criação de um bebê.

Talvez a decisão de quem acordará a noite, trocará o recém nascido quando estiver com a fralda cheia ou ainda o levará para a escola ao acabar a licença maternidade gerará momentos de discussão e angústia.

Muitas vezes brinco e digo que um filho não vem para unir o casal e sim para separar. Brincadeiras à parte, acredito que um filho pode sim fortalecer a relação quando os dois embarcam juntos nessa viajam, respeitam e trocam ideias, dividem responsabilidades. Muitos conflitos que antes não surgiam, aparecem com a chegada de um bebê e o estresse da tripla jornada, trazendo ainda um turbilhão de emoções enraizadas.

Homens e mulheres têm suas profissões, seus grupos de amigos e hobbies. Ambos necessitam que essa vida seja respeitada mesmo com o nascimento do filho, dentro de suas limitações é claro. Porque o tempo e as prioridades mudam. E a vida a dois também precisa de tempo e espaço pós filhos.

Ninguém tem mais direito ou liberdade do que o outro. Na criação dos filhos os dois têm responsabilidades e não me venha com essa história de que os pais estão fazendo um favor quando ficam com as crianças. Homens não são babás de seus filhos, são seus responsáveis tanto quanto as mães.

Sabe aquela crença que homens são de Marte e mulheres são de Vênus? Pode esquecer. Precisamos com urgência rever alguns conceitos e pré-conceitos que estão aí há anos e que colocam a mãe como a única cuidadora do lar e da família e o pai como incapaz para se responsabilizar pelos relacionamentos e vínculos. Precisamos acreditar na capacidade emotiva dos homens já.

Não somos e nem queremos ser uma Mulher-Maravilha. A tripla jornada é para os dois e precisa sim ser dividida. Dessa forma fica muito mais prazerosa para todo mundo e enriquecedora para os filhos, que terão contato e interação com mãe e pai.

Uma boa maneira para encontrar esse equilíbrio é refletir sobre a importância dessa divisão para o bem estar da família, com homens e mulheres participando da criação dos filhos e dos cuidados da casa igualmente. Assim ninguém ficará sobrecarregado e o outro não se sentirá excluído.

E seja bem-vindo a uma vida em família muito mais saudável, com novas crenças e valores.

Texto inspirado na obra “Casais em perigo”, de Peggy Papp
Chris Finger é jornalista, mãe da Lis (3 anos) e Louise (4 anos)
Crédito da foto Vivi Tomas

Chris Finger veste Via Roma
Louise e Lis vestem Pinoti Baby & Kids

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